Muitas, senão todas as pessoas que se relacionaram comigo em algum grau mais íntimo ou proximo, seja como amigos, colegas de trabalho, conhecidos e namorados conseguiram ver o meu problema com a ansiedade, com meu lado impulsivo e colérico, com minhas crises de infinitas paranóias e medos. São coisas sobre mim muito pesadas, onde além de me afetar, desgastou quem estava ao meu redor e as relações com essas pessoas que lutei tanto pra enraizar.
Emocionalmente hj sou e estou uma pessoa solitária
Luto diariamente contra o eu na minha cabeça pra continuar convivendo, interagindo, muitas vezes só reagindo e por isso poucos sabem da sólida e palpável sensação de solidão que me atormenta e acompanha a alguns bons anos.
Pq tô aqui expondo isso? Pra pedir desculpas por não conseguir ser a amiga presente e fervorosa ou a companhia agradável pra um café a tarde.
Eu entendo que vcs tentaram ficar perto o quanto puderam, sei que relevaram palavras grosseiras que lancei como pedras em surtos de ira, entendo pq hj os convites não chegam, as mensagens são apagadas e o lugares que baguncei entregues pra aqueles mais calmos, gentis e cheios das palavras que vcs querem ouvir.
Saibam que eu também tentei me manter próxima a mim. Tento, tentei.
Mas percebi tbm a minha hora de desistir.
Abracei tantas pessoas, vivi tantos lutos que não eram meus, segurei tantas mãos trêmulas, enxuguei tantas lágrimas que não foram por culpa minha, acalentei corações enquanto o meu gritava de dor, sonhei sonhos que não eram meus até aprender a amá-los, vi meus amores se entregando pra outras, assisti desafetos me vencendo. E acabei aqui. Abraçada a essa amiga fria e cruel que de certa forma até se parece comigo.
Talvez seja melhor assim.